Vamos
observar o que pode resultar ao(s) protagonista(s) do aborto, e também refutar
alguns dos argumentos levantados pelos que defendem a sua “liberação”.
Inicialmente, deve-se saber que a prática injustificada do aborto (sem
atenuantes graves como o terapêutico) e o uso similar de anticoncepcionais, são
uma das principais causas do carma na sociedade.
A razão para isto é simples (embora sempre ignorada): o homem não tem o
direito de afrontar a natureza a este ponto. Inicialmente, ele deve compreender
que o sexo não é uma mera fonte de prazer. Serve, em princípio, para a
geração de filhos; daí que o aborto representa uma agressão direta contra a
própria função natural. Para o prazer em si existe o amor puro, mesmo no
relacionamento íntimo, o que representa, porém, uma energia elevada que requer
uma profunda e necessária reeducação da humanidade, até se chegar a poder
administrar as coisas ao nível de almas-gêmeas, unicamente onde a
perfeição é possível.
Todavia, se o homem e a mulher convivem com a perspectiva de acatar
naturalmente os frutos de seus atos, sem usar contraceptivos e muito menos
abortar, o carma da busca do prazer por esta via pode ser ainda administrável
O aborto é covarde não apenas porque afronta a natureza e sacrifica um
ser inocente, mas também porque muitas vezes é feito à sombra da lei. Raramente
alguém é punido pela lei humana por isto. No entanto, isto não significa que
fique impune nos planos espirituais, podendo não raro resultar na perda da
proteção das forças da luz, sendo-se vítima do ataque das trevas e vindo até a
perder a alma, tornando-se um escravo sexual ou alguém incapaz de amar
verdadeiramente. Pois este já é em princípio um carma insaldável numa única
existência, um dos chamados “pecados mortais”.
Isto é muito comum entre pessoas que fazem repetidos abortos –verdadeiro
suicídio da Alma. A Igreja não enterra os suicidas em seus “campos santos”,
simbolizando com isto a situação de ausência de paz daqueles que se suicidam,
servindo também aos que fazem abortos sistematicamente. Madre Tereza de Calcutá
dizia que o maior inimigo da paz é o aborto, e isto é claro se considerarmos
que “a paz do indivíduo é a paz do mundo”.
Uma das conseqüências será, portanto, a impossibilidade de amar
profundamente pela perda da alma. Mas acarreta também em azar para toda vida,
pois o destino tende a fugir das pessoas que não respeitam as leis mais
fundamentais.
Em medidas variáveis, as únicas formas de saldar este pesado carma são:
1. Pela religião e mediante a intercessão de um grande Sacerdote;
2. Orando muito pela alma dos inocentes rejeitados;
3. Com trabalhos de conscientização e reeducação da humanidade,
promovendo cruzadas em defesa de toda a vida, inclusive não envolvendo-se com
nada que implique no sacrifício de animais;
4. Através do processo reencarnatório penoso e a permanência em infernos
ou limbos, onde a pessoa será vítima ela mesma de abortos, vindo a conhecer o
mais puro terror e injustiça vivido pelas almas puras e inocentes sujeitas a
esta situação;
5. Tendo filhos em número igual ou maior ao de abortos; ou em situações
semelhantes à que motivara os abortos; ou acatando filhos gerados por antigos
parceiros do cônjuge; ou pela adoção de órfãos ou abandonados, o que pode ser
em número menor ao de abortos realizados;
6. Pela perda ou o afastamento de filhos próprios;
7. Pela busca consciente e determinada da alma-gêmea, cujo contato é
particularmente dificultado nestes casos;
8. Pela Iluminação do indivíduo, por uma via dolorosa.
O aborto nos impedirá de ser feliz no amor, afastará a nossa alma-gêmea,
e se porventura esta forçar a situação buscando uma aproximação maior, poderá
ser precipitada também ela nos infernos, perdendo a sua própria proteção
espiritual. Não é raro que, por amor, um amante aceite esta prova para atenuar
o carma de sua alma-gêmea, tal como os mestres também fazem em relação aos seus
discípulos.
Entre os argumentos mais comuns dos defensores da liberação do aborto
estão os seguintes, que passaremos a contestar:
1. O embrião ou feto não representa um ser humano dotado de
auto-consciência até antes de cerca de 3 meses (a Igreja considera 40 dias
como tolerância). Refutação: Se a teoria reencarnacionista é verdadeira (e
provas contundentes existem neste sentido), então este argumento cai por terra
imediatamente;
2. É eticamente melhor abortar do que dar uma má educação.
Refutação: Sempre se pode dar a criança a terceiros para criar ou educar; de
qualquer forma, dificilmente alguém declararia em sã consciência preferir não
ter nascido: a vida é em si o maior, o mais poderoso e definitivo dos
argumentos. Mas isto tampouco poderia ser feito apenas para que a pessoa siga
alienadamente pelos mesmos descaminhos: a Tradição Sagrada reza que aquele que
renuncia a uma família na Terra, deve se dedicar com todas as forças à grande
família do mundo, até que salde o seu carma e, quem sabe, conquiste uma nova
síntese;
3. Nenhuma mulher tem o dever de acatar frutos de estupros.
Refutação: Isto tampouco é tema pacífico, porquanto se pode inserir o estupro
numa forma de carma social, muito semelhante ao roubo motivado por
pobreza (o estupro seria um “roubo de amor”). A idéia de que “cada um é dono de
seu corpo” é extremamente relativa. Somos todos partes de um conjunto regido
por leis: ninguém cria a si próprio e nem à vida em suas origens. É claro que o
ser humano tem o livre-arbítrio. Mas isto não significa que inexistam leis
morais, ou que as infrações possam ficar impunes.
Tudo isto significa que o uso de contraceptivos artificiais tampouco
representa nenhuma solução verdadeira para a humanidade. Pois o que devemos ter
claro, é que o sexo como tal se destina a gerar filhos. É verdade que o homem
pode praticá-lo amplamente e de forma natural evitando estes frutos, devido ao
exíguo tempo da fertilidade feminina e de todos os recursos que oferece a
sexualidade. Porém, ele apenas começa a se regenerar quando assume uma dimensão
superior e busca a felicidade no mais alto, apostando quiçá numa síntese futura
entre matéria e espírito na forma do amor verdadeiro, o qual está espiritualmente
sacramentado e sujeito a mecanismos próprios de regulagem e de equilíbrio,
superando todos os problemas do sexo ilegítimo.
Mas até lá, quando estiverem instituídas as buscas sistemáticas das
almas-gêmeas, com o controle interno perfeito implantado e ninguém tiver medo
de ter filhos, devemos evitar radicalismos neste campo, tanto como evitamos em
outros. Se queremos ser perfeitos neste tema tão complexo, devemos também ser
perfeitos em outras áreas – alimentação, por exemplo. Certamente o
vegetarianismo e o frugivorismo, que são as dietas mais elevadas do ser humano,
ajudariam muito na solução dos problemas da sexualidade.
O controle natural é um ideal a ser alcançado e isto requer um série de
fatores, entre eles o auto-controle masculino e a regularidade dos ciclos da
mulher.
É relativamente errônea a idéia de que o sexo se destina unicamente à
procriação, e que por isto o uso de anticonceptivos agridem uma lei natural. Os
anticoncepcionais apenas ampliam o tempo de proteção contra a gravidez ou
anulam a sua possibilidade.
Regularmente,
tocaria à mulher adotar as medidas anticonceptivas para o casal, uma vez que é
ela quem engravida e está sujeita a ciclos. Se o assunto fosse depender apenas
do homem (quando ele não pode confiar na mulher, por exemplo), ele teria que
adotar um sistema cotidiano e permanente, ou desistir de praticar a
sexualidade. Por isto os homens tendem a tomar medidas drásticas como é a
vasectomia, que possui muitas vezes um caráter definitivo.
Por outro lado, o sexo representa apenas uma referência do amor, onde já
não haveria necessidade de medidas protetivas de qualquer espécie. Mas não há
porque complicar em excesso a vida daqueles que estão nas etapas iniciais de
sua evolução e que buscam o direito à felicidade. Será então uma questão de se
buscar o chamado mal menor.
A bem da
verdade, almas-gêmeas não é apenas o relacionamento da nova raça, pois é da
mesma forma o relacionamento da Idade de Ouro que abre as raças, dita também
“Idade da Verdade”, porque este é o relacionamento puro e verdadeiro entre um
homem e uma mulher, com respeito à ordem natural e sob as bençãos do espírito.
O fato da Idade de Ouro ter pouca gente (sendo esta uma das condicionantes de
ser perfeita), não se deve apenas ao fato de herdar o grande morticínio cármico
planetário da transição racial, onde 2/3 da humanidade perece. Se deve ainda
mais à eficiência dos métodos anticonceptivos naturais preventivos e universais
adotados nesta época de pureza, métodos que são de natureza física,
psicológica, mental e espiritual. A própria intimidade áurea é pura, não
obstante plena, profunda e misteriosa.
Da obra "Almas-gêmeas", LAWS, Ed. Agartha
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